Ciência/Religião

Somos programados para ter fé e ela faz bem à saúde, apontam pesquisas científicas

 


Não é de hoje que cientistas de diferentes áreas se debruçam sobre a questão da fé e religiosidade para entender cientificamente porque o ser humano possui tal “sentido”, alguns desses cientistas chegaram a conclusões surpreendentes. Não só a fé parece estar programada em nosso cérebro, como teria benefícios para a saúde.

Embora nós cristãos criacionistas não tenhamos afinidade com a teoria da evolução de Charles Darwin, é conhecido que o naturalista britânico se deparou com o tema e até descreveu em seu livro “A descendência do homem” de 1871 a seguinte conotação:

Uma crença em agentes espirituais onipresentes parece ser universal.

 

Somos predispostos biologicamente a ter crenças, entre elas a religiosa, diz Jordan Grafman, chefe do departamento de neurociência cognitiva do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame dos EUA.

Grafam é autor de uma pesquisa publicada em 2009 na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, a qual sugere uma

estruturação natural de nosso cérebro para ter fé, bem como benefícios que ela pode trazer à saúde humana

Não por acaso, outro pesquisador – Dr. Andrew Newberg, neurocientista e diretor de pesquisa no Centro de Myrna Brind de Medicina Integrativa na Thomas Jefferson University Hospital e Faculdade de Medicina – EUA, que estuda as manifestações cerebrais da fé há pelo menos 19 anos, descobriu que as práticas religiosas acionam, entre outras áreas do cérebro, os lobos frontais, responsáveis pela capacidade de concentração, e os parietais, que nos dão a consciência de nós mesmos e do mundo.

Somos programados para ter fé e ela faz bem à saúde

Em seu livro, How God changes the brain (“Como Deus muda seu cérebro”), lançado em 2009 nos Estados Unidos, Newberg explora os efeitos da fé sobre o cérebro e a vida das pessoas. Segundo o neurocientista, os estudos anteriores olhavam para os efeitos à curto prazo de práticas como a oração e a meditação. Agora, ele e seu grupo encararam a difícil tarefa de responder à questão: o que acontecerá se você adotar, com frequência, uma prática como a oração e a meditação?

Ainda estão sendo feitos estudos para compreender melhor a oração e a meditação, mas a pesquisa de Newberg mostra que, durante essas atividades, o lobo frontal fica mais ativo, e o lobo parietal menos. Como essa parte do cérebro é responsável pela noção de tempo e espaço, “desligá-la” geraria a sensação de imersão no mundo e também a sensação de ausência de passado e futuro muitas vezes relatadas por pessoas religiosas.

Essa maior atividade do lobo frontal, além de melhorar a memória, segundo vários estudos, também estaria ligada à diminuição da ansiedade.

Quando a pessoa volta sua atenção para o momento presente, não há riscos porque não há futuro, diz Paulo de Tarso Lima, médico especializado em medicina integrativa e complementar e responsável pela implantação da especialidade dentro do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O simples fato de acreditar em um ser superior reduz a ansiedade.

A fé em Deus teria de ser associada à prática religiosa?

Várias pesquisas mostram que participar de um grupo religioso estruturado, seja católico, budista, judeu, evangélico, umbandista, traz benefícios por aumentar o suporte social à pessoa.

Esse apoio social é algo extremamente valioso para a saúde física, inclusive para a sobrevivência e a longevidade, diz o psicólogo americano Michael McCullough, professor da Universidade de Miami que estuda a maneira como a religião molda a personalidade e influencia hábitos saudáveis e relacionamentos sociais.

Ao realizar um “meta-estudo” de 42 pesquisas diferentes, o psicólogo descobriu que as pessoas altamente religiosas tinham 29% a mais de chance de estar vivas no futuro, que as demais.

A fé ou a religiosidade tornaria mais fácil resistir a tentações nocivas à saúde, como o álcool e o fumo.

Para pessoas que acreditam na vida após a morte, pode ser uma decisão racional postergar os prazeres de curto prazo em nome da recompensa eterna, afirma McCullough.

Robert Hummer, sociólogo e professor da Universidade do Texas nos EUA, acompanha um grupo de pessoas desde 1992 para tentar esclarecer, entre outras questões, a relação entre a religião e a saúde. Segundo sua pesquisa, quem nunca praticou uma religião tem um risco duas vezes maior de morrer nos próximos oito anos do que alguém que a pratica uma vez por semana.

As evidências da influência da fé na saúde são promissoras e mais que justificam o investimento em outros estudos, afirma o neurologista brasileiro Jorge Moll, diretor do Centro de Neurociência da Rede de laboratórios Labs-D’Or do Rio de Janeiro.

Para Moll, o desafio é quantificar a influência da fé e tentar compará-la com o efeito de outras práticas sem conotação religiosa.

A oração e a meditação podem ter vários benefícios. Mas será que a ioga não tem o mesmo resultado?, diz Moll, que colaborou com Jordan Grafman em vários estudos sobre o funcionamento do cérebro na tomada de decisões morais.

 

Acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e reduzir o estresse, dizem Michael Inzlicht e Alexa Tullett da Universidade de Toronto, em sua pesquisa, publicada na revista Psychological Science.

Essa pesquisa envolveu a comparação das reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus, quando submetidos a uma série de testes. Segundo os cientistas, quanto mais fé os voluntários tinham, mais tranquilos eles se mostravam diante das tarefas, mesmo quando cometiam erros.

Os pesquisadores afirmam que os participantes que obtiveram melhor resultado nos testes não eram fundamentalistas, mas acreditavam que “Deus deu sentido a suas vidas”. Comparados com os ateus, eles mostraram menos atividade no chamado córtex cingulado anterior, a área do cérebro que ajuda a modificar o comportamento ao sinalizar a necessidade de mais atenção e controle, geralmente como resultado de algum acontecimento que produz ansiedade, como cometer um erro.

O autocontrole permite que a pessoa tenha maior consciência diante de problemas, situações difíceis e mantem a motivação e fé que no final tudo dará certo.

Finalmente concluímos que a ciência está provando por a + b,  o que nós crentes já sabíamos há muito tempo: Fomos todos criados para crer e glorificar a Deus e que a fé nEle é o melhor remédio. Efésios 1:3 a 14; Marcos 12:30

 

Referências:

Revista Época 21/03/09

Imagem fonte: Reprodução Google

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