Ciência/Religião

Eles estão desafiando Darwin

 


Cientistas brasileiros se unem a grupo de acadêmicos americanos para começar a defender nas universidades do Brasil que a vida teria sido criada por uma mente inteligente.

Toda vez que é instada a dissertar sobre o início do universo e da vida, a maioria da comunidade científica apoia-se nos princípios de Charles Darwin (1809–1882), o biólogo e naturalista inglês que explicou a origem da diversidade da vida na terra com a Teoria da Evolução. Para esses darwinistas, novas espécies de seres vivos surgem por meio de mudanças graduais, geradas pela descendência e guiadas pela seleção natural.

Cresce no País, no entanto, um grupo de cientistas de currículos robustos dispostos a quebrar o paradigma da biologia evolutiva, defensores da Teoria do Design Inteligente (TDI). A vida, para eles, não se desenvolveu na Terra de forma natural, mas projetada por uma mente inteligente.

Conhecimentos científicos em bioquímica e biologia molecular cada vez mais apurados nos permitiram abrir a caixa preta chamada célula e enxergar nela um conjunto imenso de máquinas moleculares dotado de uma complexidade irredutível, diz Marcos Eberlin, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Não dá para pensar num motor desse tipo produzido por forças naturais. Foi decisão de uma inteligência que existe no universo.

Autor de mais de 650 artigos científicos com mais de dez mil citações e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, Eberlin é o porta-voz brasileiro da TDI, um movimento que nasceu nos Estados Unidos no final dos anos 80. Por lá, há cerca de três mil adeptos, como químicos, bioquímicos, biólogos e físicos. Aqui, os seguidores ganharam corpo com a Sociedade Brasileira do Design Inteligente, constituída em 2014. Com Eberlin na presidência e um comitê científico composto por alguns ex-darwinistas, a entidade recentemente deu vida ao 1º Congresso Brasileiro do Design Inteligente, em Campinas, no interior de São Paulo.

Ao final do ciclo de palestras, que contou com a presença de cientistas do exterior, como o filósofo com especialização em biologia evolucionária Paul Nelson, entre os 370 participantes, o número de membros da sociedade saltou de 220 para 300.

Seremos 500 até o final do ano, mil até o ano que vem e cinco mil em cinco anos…
Não somos inimigos de Darwin, mas amigos da ciência. Queremos restabelecer a verdade científica, diz Eberlin, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Por enquanto, porém, eles têm causado controvérsia na comunidade científica.

Para o especialista em genética evolutiva Diogo Meyer, a TDI tem credibilidade quase nula.

Eles não são da área para a qual pretendem contribuir. São químicos, pessoas que atuam na biologia molecular, bioquímica, e não trabalham com a evolução, diversidade biológica ou genética… É como se eu, que trabalho com evolução, argumentasse contra as interpretações mais convencionais da Revolução Francesa, afirma ele, que é biólogo do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

Para os darwinistas, a TDI é um movimento de criacionistas que tenta dar uma roupagem de teoria científica à fé deles.

A gente diz por que a evolução dá conta de explicar as estruturas complexas das moléculas celulares, mas quem está atacando uma ideia já vigente precisa arregaçar a manga e mostrar serviço, o que não ocorreu até agora, afirma Meyer.

Evangélico batista, o químico Eberlin argumenta que tentam rotular o selo de religião na TDI para classificá-la como pseudociência. A universidade da qual ele é docente chegou a divulgar o Congresso sobre Design Inteligente em sua página no Facebook mas, de acordo com Eberlin, sofreu pressão para remover o anúncio.

A Unicamp explicou, por meio de sua assessoria, que após verificar que o evento não conta com participação institucional concluiu que não justifica a sua divulgação. O porta-voz da TDI chama seus opositores de pitbulls de Darwin. Para eles, o químico, presidente da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas, é um charlatão. Marcus Eberlin, porém, continua aceitando convites para palestrar em universidades e explanar que fomos planejados e não gerados por processos naturais.

 

Fonte: Isto É – Eles desafiam Darwin

 

Nota: Conforme informado no final da matéria, Marcus Eberlin está disposto a dialogar e expor suas argumentações, diferentemente do movimento darwinista que, pelo menos no Brasil, ainda continua se esquivando do debate sobre o tema.

É no mínimo estranho que um especialista em genética evolutiva queira tirar a credibilidade de outros colegas cientistas que possuem “currículos robustos” (e até da mesma área que ele como informa o artigo), somente por estes não terem a mesma opinião sobre a questão evolutiva. Ele usa o argumento de que os cientistas da TDI “não são da área” e faz uma comparação – no mínimo ridícula – ao dar exemplo da Revolução Francesa. É o típico Fundamentalismo Darwinista.

Mas, este comportamento já é conhecido e comum dos adeptos mais extremistas da teoria evolutiva, por isso é que, conforme descrevemos em outro artigo, existe até um “Teste para o fundamentalismo Darwinista, que foi encomendado por uma universidade para evidenciar a existência de um típico pensamento evolucionista que não aceita contra-argumentações sobre Darwin e a Teoria da Evolução.

A pergunta que fica é a seguinte: Porque os darwinistas tem tanto receio da TDI?

Pois se realmente a Teoria da Evolução é um fato, então, contra fatos não haveriam argumentos. Certo? Ou não?

Cremos que logo logo teremos nas escolas e universidades do país discussões e debates a respeito desse tema, o que em nossa opinião, será de grande riqueza intelectual aos alunos e também aos docentes.

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