Ciência/Religião

A serpente do Éden tinha patas – confirmado pela ciência?

 


A teoria da evolução explica que as cobras evoluíram dos lagartos. Ao longo de milhões de anos, elas teriam perdido as patas porque estas começaram a crescer de forma mais lenta ou por um período de tempo mais curto.[1] Segundo os evolucionistas, ambos, cobras e lagartos, caminhavam em terra e nadavam no oceano (origem marinha).

As patas teriam se tornado cada vez menos úteis à medida que a cobra foi evoluindo. Para fazer essa afirmação, pesquisadores analisaram o fóssil de uma cobra designada Eupodophis descouensi (imagem ao lado).[1] Esse réptil pré-histórico teria vivido durante o período Cretáceo (correspondente ao período bíblico diluviano), no lugar que hoje é conhecido como Líbano.

Fóssil da Eupodophis descouensi - imagem fonte: Science
Fóssil da Eupodophis descouensi – imagem fonte: Science

Mas ainda não há consenso. Muitas questões ainda deixam os pesquisadores confusos: Por que as cobras atuais não têm patas? Em que fase da evolução elas teriam perdido os membros? Alguns pesquisadores afirmaram que as cobras nunca perderam seus membros. Ao invés disso, teriam sido os mamíferos e as aves que ganharam os membros de forma independente.[2]

Em 2015, a descoberta do primeiro fóssil de uma cobra com quatro patas (origem terrestre) já encontrada está forçando os cientistas a repensar a forma como as cobras teriam evoluído de lagartos.[3] O fóssil de Tetrapodophis amplectus (imagem abaixo), nome científico da cobra, foi encontrado décadas atrás na Chapada do Araripe, nordeste do Brasil, mas demorou bastante tempo até que os cientistas descobrissem as patas – até porque o material estava em uma coleção particular. O fóssil foi datado da época do Cretáceo inferior (aptiano), de supostos 113-125 milhões de anos atrás (correspondente ao período bíblico diluviano).

Fóssil da Tetrapodophis amplectus - imagem fonte: Estadão
Fóssil da Tetrapodophis amplectus – imagem fonte: Estadão

Embora os pesquisadores já o estejam considerando um elo de transição entre cobras e lagartos, existe outra hipótese que sequer foi levantada. A Bíblia menciona que no Jardim do Éden havia uma serpente com origem terrestre que possuía patas (ou asas) e esta persuadiu Eva a comer do fruto proibido. Diante do que a serpente (animal ventrículo utilizado pelo anjo caído) havia feito, Deus a amaldiçoou, conforme mencionado em Gênesis 3:14: “Por causa do que você fez você será castigada. Entre todos os animais só você receberá esta maldição: de hoje em diante você vai andar se arrastando pelo chão e vai comer o pó da terra.”

A Bíblia não fornece detalhes sobre a quantidade de espécies de cobras que tinham patas nem o tempo que levou para que elas perdessem as patas e passassem a rastejar. Todavia, os achados podem, sim, estar relacionados à descoberta de espécies primitivas de cobras que possuíam patas e que perfaziam a fauna original da criação.

Nota: Embora acreditemos no relato bíblico que condiz com essa grande evidência encontrada, devemos mostrar também o “outro lado”, ou seja, as críticas à pesquisa, pois entendemos ser a forma mais justa da informação. Por isso é que há um ponto de interrogação no título deste artigo.

Críticas à pesquisa que classificou o fóssil: O herpetólogo (especialista em répteis) e paleontólogo Hussam Zaher, do Museu de Zoologia da USP, acredita que a análise que os autores fazem do fóssil  é “furada”. “Não há nenhuma evidência irrefutável de que esse bicho seja uma cobra”, afirma Zaher, que ajudou a descrever alguns dos primeiros fósseis de cobras com patas e tem vários de seus trabalhos citados no artigo de David Martill, principal autor da pesquisa que “classificou” o fóssil como “cobra de quatro patas”.
Zaher acredita se tratar de um “lagarto serpentiforme”, e não de uma cobra verdadeira. “Está muito mais para lagarto do que cobra”, diz. Outros pesquisadores ouvidos para uma reportagem na revista Science também divergiram sobre a classificação do fóssil.
“Bem, é meio que uma cobra-lagarto, porque tem patas. Mas é mais cobra do que lagarto”, rebate Martill. Na sua interpretação, trata-se de uma forma intermediária (vulgo “elo perdido”) entre lagartos e cobras, com características dos dois grupos. [4]

Fonte: Capítulo disponível no web book: Teoria do Design Inteligente

Imagem fonte: representação artística YouTube 

Referências:

[1] Houssaye A, Xu F, Helfen L, Buffrénil V, Baumbach T, Tafforeau P. Three-dimensional pelvis and limb anatomy of the Cenomanian hind-limbed snakeEupodophis descouensi (Squamata, Ophidia) revealed by synchrotron-radiation computed laminography. Journal of Vertebrate Paleontology 2011; 31(1):2-7.

http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02724634.2011.539650#.VbFn2qRVj2N

[2] Head JJ, Polly PD. Evolution of the snake body form reveals homoplasy in amniote Hox gene function. Nature. 2015; 520(7545):86-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25539083

[3] Martill DM, Tischlinger H, Longrich NR. A four-legged snake from the Early Cretaceous of Gondwana. Science. 2015; 349(6246):416-9. http://www.sciencemag.org/content/349/6246/416

[4] Ciência Estadão –  Cientistas descobrem fóssil de cobra com 4 patas, que pode ter sido roubado do Brasil

1) http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/cientistas-descobrem-fossil-de-cobra-com-4-patas-que-pode-ter-sido-roubado-do-brasil
2) http://news.sciencemag.org/paleontology/2015/07/four-legged-snake-fossil-stuns-scientists-and-ignites-controversy

Everton Fernando Alves

É escritor, palestrante e editor. Mestre em Ciências (Imunogenética) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Especialista em Biotecnologia genômica (Biologia molecular) pela mesma Universidade. Autor de dezenas de publicações em diversos periódicos científicos na área Biomédica. Autor dos livros "Revisitando as Origens" e "Teoria do Design Inteligente". Atualmente, é Cofundador e Editor-chefe da Origem em Revista. Para saber mais sobre Everton, acesse a página Equipe no rodapé do site.

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