Sociedade

Absurdo: França censura vídeo de crianças com Síndrome de Down: ‘o sorriso delas é perturbador para mulheres que abortaram’

 


Autoridades francesas censuraram um vídeo sobre as habilidades de crianças com síndrome de Down porque consideram o sorriso delas perturbador para mulheres que abortaram.

No dia 10 deste mês o Conselho de Estado Francês rejeitou um apelo feito por pessoas com síndrome de Down, de suas famílias e aliados para retirar a proibição de transmissão do premiado vídeo “Dear Future Mom” (Querida Futura Mamãe) na televisão francesa. Esta proibição manteve outra decisão que já havia sido imposta anteriormente pelo Conselho Francês de Radiodifusão. [1] Foi emitido um relatório pelo Conselho de Estado afirmando que

… permitir que pessoas com síndrome de Down sorriam seria impróprio pois a expressão de felicidade delas seria capaz de perturbar a consciência de mulheres que fizeram legalmente diferentes escolhas de vida pessoal. [4]

Muito provavelmente o Conselho Francês estava se referindo ao grande número de abortos praticados em seu país, principalmente porque 96% dos fetos diagnosticados com síndrome de Down são abortados na França. Em todo o mundo este número é estimado em 90%. [2]

Nota: O aborto voluntário (sem motivação por estupro, risco a saúde, etc) é permitido na França desde que não ultrapasse as doze semanas iniciais da gestação e pode ser realizado tanto em clínicas privadas quanto públicas. [3]

O vídeo de 2 minutos, premiado na campanha do Dia Mundial da Síndrome de Down de 2014, apresenta várias pessoas com Down respondendo a uma carta de uma mulher assustada cujo feto tinha acabado de ser diagnosticado com essa síndrome.

“Estou com medo: que tipo de vida meu filho terá?” escreveu a mulher.

Em resposta, as pessoas que vivem com a síndrome explicam o que elas podem fazer: falar, ler, escrever, ir à escola, trabalhar, consertar bicicletas, viver de forma independente, amar e muito mais. Suas histórias refletem a realidade de como é viver com a síndrome de Down e elas tem objetivo de tranquilizar as mulheres que receberam esse diagnóstico no pré-natal. Sua mensagem de esperança visa tirar as dúvidas e os medos que essas mulheres possam ter, muitas vezes baseados em estereótipos ultrapassados.

Assista ao vídeo (legendado):

Renate Lindeman, defensor dos direitos de pessoas com Down disse estar preocupado que essa censura possa abrir ainda mais precedentes de discriminação contra essas pessoas:

Será que as crianças com síndrome de Down serão banidas da escola? Será que elas vão ser segregadas da sociedade e colocadas em instituições como antigamente, porque sua presença perturba aos que são pró-aborto? Vejo esta proibição {do vídeo} como algo semelhante ao afastamento dessas pessoas com Down simplesmente porque a sua presença na sociedade causa “confrontos” com a realidade da sua erradicação sistemática. Erradicação não evita o sofrimento, mas as autoridades decidiram que suas diferenças colocam um fardo sobre nossas vidas e sociedade. Um fardo que nos recusamos a carregar coletivamente.

Eu tenho uma ideia muito melhor: não vamos proibir o vídeo, mas torná-lo obrigatório para cada casal {e cada mulher} que está considerando um aborto seletivo por causa da síndrome de Down. Vamos mostrar a eles a verdade, que as famílias com síndrome de Down têm uma excelente qualidade de vida. Vamos mostrar um futuro de esperança, amor incondicional e, sim, um monte de sorrisos e felicidade. Para aqueles que insistem em sua visão negativa e discriminatória sobre a vida com síndrome de Down, eu gostaria de dizer: você é livre para fazer uma escolha; mas você não está livre das consequências dessa escolha. Nossas crianças não devem ser os únicas que suportam as consequências da sua escolha. [4] {ênfase acrescentada e grifo nosso}

Enquanto a Fundação Jérôme Lejeune está desafiando a decisão da censura do vídeo junto o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, a imprensa francesa se mantém em silêncio sobre o assunto. Foi criada uma petição online pela Global Alliance for Disability in Media and Entertainment – GADIM, pedindo a intervenção do governo francês para liberar o vídeo. A explicação da petição está escrita em vários idiomas, inclusive o Português. Qualquer pessoa de qualquer país pode assiná-la acessando este link.

Enquanto as mulheres acreditarem neste mito que a sociedade e os profissionais médicos criaram: de que a síndrome de Down é uma vida de sofrimento ou um fardo para a família e sociedade, não enxergarão que a verdade é totalmente oposta, pois 99% das pessoas com síndrome de Down tem uma vida muito feliz.

Porém, o que se percebe é que essa verdade incomoda aqueles que não querem mudar sua opinião, talvez porque exista um interesse financeiro por trás dos abortos realizados na França e em outros países onde essa prática é liberada sob o pretexto de cuidados de saúde e direitos das mulheres. Se mais recursos de mídia como este vídeo censurado forem disseminados, talvez a sociedade comece a questionar o rastreio sistemático e deliberado de eliminação em massa que hoje ocorre. Isso seria nada lucrativo aos abortistas. Não é?

Parece que mais uma vez o “politicamente correto” vem conseguindo minar a realidade, proliferando uma visão lunática e destorcida da vida. As mesmas crianças que são injustamente descritas como um “risco” antes de nascer, agora são injustamente retratadas como um “risco” após nascerem.

Ao leitor: veja também nossos outros artigos que tratam sobre a temática do aborto e percebam por si mesmos que existe uma grande máquina lucrativa e de controle político por trás dessa prática:

Especialista em Saúde Coletiva e Bioética destrói o Discurso Abortista

O Grito Silencioso de quem ainda não nasceu – a questão da liberação do aborto no Brasil

 

Referências:

[1] Fondation Jérôme Lejeune – Décision du Conseil d’Etat : Cachez moi cet enfant trisomique heureux

[2] Down Syndrome Prenatal Testing – Not a termination rate. An elimination rate

[3] G1 – Grávida, francesa deixa o Brasil para abortar: ‘Aqui tenho que mentir’ 

[4] The Huffington Post – C_E_N_S_O_R_E_D: video “Dear Future Mom”

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